As hemoparasitoses que acometem os cães são muito comuns no Brasil, principalmente porque as características climáticas, como as altas temperaturas e a umidade elevada, favorecem a proliferação dos carrapatos, principais vetores de hemoparasitas como a Babesia e Ehrlichia. Além da transmissão através do vetor, outra forma de contágio por estes patógenos pode ocorrer via transfusão de sangue. Fundamentais em acidentes graves, cirurgias complexas e transplantes de órgãos o sangue utilizado para a transfusão deve ser obrigatoriamente testado para evitar a infecções por hemoparasitas.
A babesiose e a erliquiose são doenças com grande impacto para a saúde dos cães. Os sinais clínicos observados em cães acometidos muitas vezes são inespecíficos, e incluem apatia, falta de apetite, anemia e depressão. Considerando a dificuldade de identificar o agente causador da doença para realizar o tratamento adequado e efetivo, muitas vezes faz-se necessária a utilização de ferramentas complementares para o diagnóstico.
O diagnóstico da babesiose e erliquiose pode ser feito pela detecção direta destes patógenos através de esfregaço sanguíneo periférico (como de ponta de orelha). Esta técnica é utilizada principalmente na rotina clínica, mas sabidamente possui baixa sensibilidade, e por isso a não detecção do patógeno na amostra não permite assegurar a ausência da infecção. Por outro lado, a sorologia baseada em ensaios imunoenzimáticos (Elisa), possuem alta precisão na identificação dos animais infectados, possibilitando ainda diferenciar a ocorrência de infecções recentes e tardias pela detecção de anticorpos de classe IgM e IgG, respectivamente.