segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Paixão e persistência: conheça a história da jovem juazeirense que criou o próprio ateliê de cosplay e moda asiática

Yukina Margaret tem 22 anos e nasceu em uma família de ‘otakus’, termo usado para definir os amantes da cultura pop japonesa, cercada de irmãos com nomes também asiáticos. Começou a frequentar eventos locais que reuniam outros apaixonados por animes, mangás e games aos 13 anos, até que a vontade de criar roupas e acessórios inspirados nesse universo não coube mais nela: “resolvi tentar, sempre me orgulhei de poder dizer que eu fiz, eu consegui, eu conquistei”.

Imagem: Arquivo pessoal | Yukina vestida de Sakura, personagem do anime e mangá Naruto. Roupa e acessórios confeccionados por ela.

O início

A jovem conta que o talento além de ter vindo de casa, foi fruto do esforço e da vontade de aprender. Nunca teve oportunidade de fazer cursos de costura, mas tinha duas tias costureiras. Enquanto uma delas tinha uma fábrica de produção em escala, a outra fazia peças únicas. Com essa última, Yukina aprendeu crochê apesar da dificuldade por ser canhota, e depois aprendeu a costurar a mão e a tricotar.

O primeiro cosplay que fez foi completamente costurado a mão e “levou uma eternidade”, contou, mas deu tudo certo. E foi a partir daqui que ela decidiu pedir ajuda a avó para aprender a costurar usando máquina. O avô foi quem lhe mostrou as funções, pois a avó já não enxergava mais, o restante ela aprendeu sozinha.

Trabalho e clientes

Segundo Yukina, a parte mais incrível de quando conseguiu sua primeira cliente foi os elogios: “me deixou imensamente feliz e com vontade de fazer novamente, a segunda vez não foi diferente, e nem a terceira…”. A costura passou de hobby a trabalho há pouco mais de um ano e, orgulhosa, ela conta que durante esse período só recebeu duas reclamações, ambas consideradas justas, pois trabalhou nas encomendas doente, o que interferiu na qualidade.

“Só tenho clientes incríveis que sempre se dedicam a me apoiar e me fazer continuar, isso não tem preço”, diz Yukina.

Imagem: Arquivo pessoal | Da esquerda para a direita, Yukina com dois clientes vencedores do campeonato de cosplay de edição passada da Expoanime. Os clientes estão de Howl e Sophie da animação japonesa O Castelo Animado.

Estudos e futuro

Além da dedicação na confecção das peças, ela cursa arquitetura. Seus planos atuais se resumem ao aperfeiçoamento nas áreas arquitetônicas das quais tem interesse: interiores, mobiliário e luminica. Ela não pensa em abandonar a costura por causa da faculdade e comenta sobre o passo importante que acabou de dar: o Ateliê da Yuki agora é nome registrado! O CNPJ foi aberto para passar mais confiança e credibilidade aos clientes.

Desafios do mercado alternativo no interior do Ceará

O maior desafio de uma área tão especifica num lugar relativamente pequeno é a falta de material e ferramentas a altura de certos trabalhos. Outra dificuldade muito relevante é que, diferente de muitas peças de roupa que tem moldes ajudando no início do processo, um cosmaker, na produção de um cosplay, precisa criar moldes únicos para cada encomenda. Aliado a isso, há pouquíssima mão de obra disponível, o que me faz sempre estar lotada de pedidos e mesmo assim ter que negar diversas solicitações por ter que fazer tudo sozinha, desde o atendimento, até a entrega.

Atualmente o Ateliê da Yuki está com a agenda fechada até o fim do ano, já que a preparação das peças leva tempo e dedicação.

Expectativa para a Expoanime 2022

Imagem: Arquivo pessoal

Estou com altas expectativas para esse evento! Primeiro pelo óbvio: eu sempre fico ansiosa pra ver vários cosplays meus passeando no lugar, é muito gratificante. Segundo porque mais uma vez eu consegui montar um grupinho de cosplay (antes tinha sido dedicado ao anime Sailor Moon, agora será dedicado a anime Boku No Hero Academia), e andar em grupo é mil vezes mais emocionante. E em terceiro porque estarei participando da competição pocket de k-pop, com um dueto muito especial!

Os campeonatos de k-pop acontecem da seguinte forma: podendo competir individualmente, em duplas ou grupos, os participantes escolhem performances de artistas sul-coreanos e ensaiam todos os aspectos. São avaliados a dublagem das músicas, a sincronia, as roupas e a presença de palco. Os covers costumam ser caprichados, e os que se saem melhor levam premiação em dinheiro. Muitos fãs de k-pop vêm de outras cidades para competir.

Esse ano o evento receberá um convidado especial para a galera que curte k-pop. Lucas Olly, dançarino oficial do BTS no Brasil realizará um workshop no evento. Confira as informações da Expoanime aqui.

Mais informações e dúvidas sobre o Ateliê da Yuki podem ser encontradas no Instagram.

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