O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou ao Egito para participar da COP27, afirma que fará um pedido ao Secretário Geral da ONU, António Guterres, para que a conferência do clima de 2050 seja realizada na Amazônia. O pedido foi feito á Lula pelo Governador do Pará Helder Barbalho, durante a entrega da carta de compromissos comuns do consórcio de governadores dos nove estados da Amazônia Legal. Ele aproveitou para ressaltar a importância de os ambientalistas conhecerem a Amazônia da qual protegem, “Faço um pedido em nome do Consórcio de Governadores e dos povos da floresta. Peço que ofereça a Amazônia para sediar a COP30, para que possamos levar o planeta a debater a Amazônia conhecendo a Amazônia. Para que, mais do que conhecê-la pelas redes sociais, pela distância dos livros ou do acesso à informação pelas redes, conheçam a Amazônia e o seu povo, com o pé no chão, olhando para nós, de frente, e construindo conosco uma Amazônia viva com sustentabilidade e com justiça social aos povos da Amazônia”, disse Barbalho.
Lula reforçou ainda durante a conferência, algumas se suas promessas de campanha, como criar o ministério dos povos originários, para que os próprios indígenas apresentem suas propostas de melhoria das suas condições de vida “Os povos originários e aqueles que residem na região Amazônica devem ser os protagonistas da sua preservação. Os 28 milhões de brasileiros que moram na Amazônia têm que ser os primeiros parceiros, agentes e beneficiários de um modelo de desenvolvimento local sustentável, não de um modelo que ao destruir a floresta gera pouca e efêmera riqueza para poucos, e prejuízo ambiental para muitos”. Falou também sobre a urgente necessidade de preservar os biomas e acabar com as queimadas ilegais, acentuando que a taxa de desmatamento no atual governo, chegou a 73%, comparando com sua própria gestão “entre 2004 e 2012, reduzimos a taxa de devastação da Amazônia em 83%, enquanto o PIB agropecuário cresceu 75%.”
“Quero dizer que o Brasil está de volta” Ressaltou ele, enquanto comentava sobre a falta de participação do Brasil nas questões climáticas nos últimos anos. Disse ainda que o Brasil voltará a cooperar com os países mais pobres, sobretudo da África, com investimentos e transferência de tecnologia, a estreitar novamente com os países latino-americanos e caribenhos, e a lutar por um comércio justo entre as nações. “Voltamos para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade.”
Hoje (17), Lula encontra o representantes da sociedade civil, grupos indígenas e com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. E amanhã, Sábado (18), fará parada em Portugal enquanto retorna ao Brasil.