Era sexta-feira, 4 de outubro, quando os áudios de pilotos da Latam e da Azul relatando avistamento de luzes, provavelmente vindas de objetos voadores não identificados (OVNIs), viralizaram nas redes sociais. Os pilotos voavam por Porto Alegre (RS) e um deles chegou a afirmar que as luzes teriam o seguido desde a decolagem, do aeroporto de Confins em Minas Gerais.
As luzes faziam movimentos erráticos pelo céu e chegavam a desaparecer logo em seguida. De acordo com os pilotos e observadores do chão, que também capturaram imagens, elas tinham padrão circular ou elíptico e estavam em uma altitude elevada de cerca de 9 quilômetros.
Mas afinal, o que eram as luzes?
As teorias mais comentadas explicavam que as luzes eram de drones, reflexos de raios do Sol em painéis, aviões, outros aeromodelos iluminados e até ilusão de ótica, mas a resposta certa era nada mais que satélites. A explicação vem de diversas fontes: estudiosos de ufologia, pesquisadores e especialistas em astronomia, astrofotógrafos e o youtuber britânico Mick West com a ajuda de internautas, conseguiram apontar o que exatamente causou os efeitos no céu de Porto Alegre.
A investigação e os satélites
Os investigadores teriam, por meio de informações sobre horário e direção em que os celulares que gravaram vídeos estavam apontados, consultado dados dos observatórios. O astrofotógrafo Gabriel Zaparolli observou o céu por vários dias seguidos e constatou que as luzes apareciam exatamente nos mesmos locais e nos mesmos horários.
“Achei estranho porque não sabia que OVNIs têm dia e horário definidos para aparecer”, brincou Zaparolli.
As Forças Aéreas Brasileiras (FAB) negou movimentações atípicas no céu, confirmando que nada estava fora do seu devido lugar. Então foi confirmado, a partir do cruzamento de informações das imagens avaliadas com os dados dos observatórios, que grandes quantidades de satélites orbitam pelo local no momento dos relatos, todos com capacidade e composição mecânica para refletir a luz do Sol.
A culpa pode ser do homem mais rico do mundo, Elon Musk
O bilionário que recentemente comprou o Twitter por U$ 44 bilhões, enviou 54 satélites pelo projeto Starlink, da empresa SpaceX. Parte dos satélites saiu de sua órbita original exatamente no período em que passavam por cima do Rio Grande do Sul, no dia 4. O rastreio foi feito pelos bancos de dados do Brasil e do exterior. Não é certeza de que a culpa tenha sido dos satélites de Musk, mas especialistas apontaram que os modelos lançados por ele refletem bastante luz solar.