Integrantes do Grupo Técnico da Trilha de Finanças do G20, seguem com as reuniões no Ceará. Com pauta centrada na inclusão financeira de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas, as discussões partilham conhecimentos e buscam encontrar soluções conjuntas para a criação de mecanismos capazes de promover a qualidade do acesso e a utilização de serviços financeiros de forma sustentável. O objetivo é ampliar as oportunidades para os cidadãos e empresas, garantindo o bem-estar financeiro e, assim, criar uma frente de proteção no combate à pobreza e às desigualdades sociais.
Até a próxima quarta-feira (3), as reuniões, coordenadas pelo Banco Central do Brasil, em parceria com o Ministério da Fazenda, contam com a participação de representantes de 22 países, União Europeia, União Africana, além do Banco Mundial e outras instituições internacionais, como as Nações Unidas.
De acordo com a diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão do Banco Central, Carolina Barros, o Brasil avançou muito em inclusão financeira e o desafio hoje é melhorar a qualidade dessa inclusão. “A gente tem um percentual de bancarização da população em torno de 84%, o que é bastante alto, então o Brasil é bem sucedido nessa tarefa de trazer os brasileiros para dentro do sistema financeiro. O desafio agora está em melhorar essa qualidade, ou seja, como é que essas pessoas fazem uso das informações. A gente precisa que as pessoas planejem financeiramente melhor, que elas façam poupança ativa, que elas façam uso consciente do crédito, que elas tenham a noção do que é o endividamento de risco, que elas evitem entrar nessa zona de endividamento de risco e, consequentemente, no super endividamento”, explica.
O Ceará é destaque
A diretora do Banco Central acrescenta que, se por um lado, o Brasil é pioneiro em inclusão financeira, o Ceará representa uma parte importante dessa acessibilidade. Segundo a gestora, atualmente, cerca de seis milhões de cearenses possuem uma chave pix cadastrada, sendo ainda que 4,5 milhões possuem pelo menos uma operação de crédito ativa.
“De uma forma em geral, hoje todos os municípios do Ceará tem, pelo menos, algum tipo de atendimento físico bancário. Então perceba, o Ceará é muito representativo da realidade do país”, acrescenta a diretora.
Parceria com o sistema financeiro
Para o chefe do Departamento de Programação de Cidadania Financeira do Banco Central, Luis Mansur, as parcerias têm contribuído fundamentalmente com as estratégias de inclusão financeira do país: “Nós desenvolvemos uma parceria com o setor financeiro, a Febraban, e isso também é uma inovação. Estamos trazendo o sistema financeiro à responsabilidade dele de educar também o cidadão financeiramente e estamos usando essa experiência para alertar os países a trazê-los também para essa discussão”, ressalta Mansur.
Para além das discussões técnicas, a programação do GT prosseguirá nos próximos dias com uma visita à Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, um equipamento cultural de inclusão econômica e social e ao Banco Palmas, referência de acesso de cidadãos de periferia de Fortaleza a serviços financeiros.