A proporção de jovens cearenses que não estudam e não trabalham, os chamados ‘Nem Nem’, está em queda no Ceará e é uma tendência que vem sendo mantida. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e mostram que a proporção de jovens entre 15 e 29 anos caiu 6,6% no terceiro trimestre de 2024, em relação ao terceiro trimestre de 2023 (médio prazo). A proporção de queda ainda é mais expressiva, de 8,1%, quando a comparação ocorre a longo prazo: resultado do período de 2019 (3º trimestre) a 2024 (3ª trimestre).
A proporção de jovens (15 a 29 anos) Nem Nem no Ceará, em 2019, era de 28,57%; em 2023 de 28,11%; e em 2024 de 26,26%. Os números revelam ainda que o índice de 2024 no Ceará é menor que o do Nordeste, de 26,29%. Os dados estão no Boletim Trimestral da Juventude (Volume 4 – Nº 13 – 2024), que acaba de ser publicado pelo Ipece.
O autor do estudo, o analista de Políticas Públicas Vitor Hugo de Oliveira Silva, explica que também houve queda na proporção de jovens Nem Nem em outras faixas etárias. “Entre 15 e 17 anos de idade, observamos uma redução de 33,3%, ou seja, na comparação do terceiro trimestre de 2024 (3,26%) com igual período de 2023 (4,89%). Em relação a 2019 (7,75%), o índice é ainda maior, uma queda de 57,9%”, afirmou.
A proporção de jovens Nem Nem entre 18 a 24 anos também diminuiu: de 35,56% em 2019, para 34,88% em 2023, e para 33,76% em 2024. O que representa, no curto prazo, uma redução de 3,2% e, no longo prazo, de 5,1%. Na faixa etária de 25 a 29 anos, a proporção de Nem Nem também caiu, de 30,59% em 2019 para 31,90% em 2023, e para 29,42% em 2024, redução de 3,8% a longo prazo e de 7,8% a curto prazo.
Área geográfica
O Boletim ainda apresenta análise por gênero e números por área geográfica. De acordo com Vitor Hugo, ao analisar a proporção de jovens por recorte geográfico, é possível observar que Fortaleza segue apresentando a menor proporção de jovens nessa condição. O índice de Nem Nem registrado no terceiro trimestre do ano passado foi 22,34%. Já na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e no interior do estado, as proporções foram, respectivamente, de 25% e 28,47%.
No entanto, no longo prazo, todas as regiões apresentaram reduções: RMF com 9,6%, o interior do estado de 8,34% de redução e a capital com 6,89%, entre 2019 e 2024. Já no curto prazo, a RMF teve redução mais expressiva: de 17,9%. “Em resumo, os números revelam que o Ceará avança na redução de jovens que não estudam nem trabalham, especialmente na faixa de 15 a 17 anos. E como sugestão o estudo revela a necessidade de melhorar a transição desses jovens para o mercado de trabalho”, afirmou o analista responsável pelo Boletim que contou com a participação de Rayén Heredia Peñaloza, integrante da Diretoria de Estudos Sociais do Ipece.