A visão representa 80% de tudo o que os sentidos podem captar juntos. Por meio dela, as pessoas experienciam cores, formas e tamanhos. No entanto, doenças como a catarata podem afetar gradativamente essa percepção e levar até a cegueira. “Por causa da catarata, eu vivi limitações. Eu não enxergava com clareza as cores, os detalhes das minhas mãos ou a delicadeza da natureza. Depois da cirurgia, a minha realidade mudou completamente. Eu tenho mais qualidade de vida e autoestima a cada dia que passa”, relata a moradora de Quiterianópolis, Luzia Nascimento, 32.
O procedimento da paciente foi realizado no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), unidade vinculada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio do Programa de Redução da Fila de Cirurgias Eletivas do Ceará, em 2023. Além de Luzia, três dos cinco filhos dela também nasceram com a doença. “Eu não sabia que o que eu tinha era catarata, porque já estava acostumada. A situação só mudou quando eu descobri a mesma condição no Marcos Levy (11), meu primeiro filho”, conta.
O tratamento da catarata é cirúrgico e a doença é uma das principais causas de cegueira no mundo. “O Levy era muito mais quieto que as outras crianças. Com o tempo, os olhinhos dele começaram a ficar branquinhos. Ele também conseguiu realizar a cirurgia no HGF. Atualmente, estamos todos bem”, comemora a mãe.
A médica e oftalmologista do HGF, Islane Verçosa, acompanhou o caso da família de perto. “A catarata da Luzia era branca, um tipo avançado que tira completamente a visão do paciente. Apesar da baixa visão, ela aprendeu a viver e fazer as atividades. Ela é um caso excepcional. Já realizou a cirurgia do olho esquerdo, no último mês, e está aguardando a evolução do tratamento para fazer a cirurgia no outro olho”, informa a médica.
De acordo com ela, Luzia e os três filhos nasceram com catarata devido a uma condição genética. “Nesse caso, a cirurgia é imprescindível, porque a doença pode gerar um atraso no desenvolvimento psicomotor dos pequenos. A doença atrapalha o processo de entrada de luz e assimilação de formas para o cérebro. Nesse caso, a criança acaba não conseguindo visualizar completamente o cenário diante dela”, detalha.
Programa de Redução da Fila de Cirurgias Eletivas
As cirurgias eletivas são procedimentos programados que não exigem a mesma celeridade que os casos urgentes. No início do ano de 2023, cerca de 68 mil pessoas aguardavam para realizar algum procedimento eletivo. O quantitativo foi usado como base para construir as ações do Programa. Além disso, o Ceará continuou atendendo novas demandas cirúrgicas, considerando a prioridade do paciente. Durante o último ano, mais de 65 mil cirurgias eletivas foram realizadas.
“As pessoas estão acreditando no Programa, entrando no Sistema Único de Saúde e atualizando o cadastro delas. Começaram a se ver nas filas por causa da transparência. Esse é o nosso diferencial do Ceará. Os pacientes, por meio do Saúde Digital, podem atualizar o cadastro, pesquisar a própria posição na fila e a unidade em que fará o procedimento”, detalha a coordenadora da Telessaúde e Fila Cirúrgica da Sesa, Melissa Medeiros.
Balanço da Saúde do Ceará no ano de 2023
Além das atividades do Programa, a Sesa atua para promover serviços de saúde para toda a população cearense, com foco na regionalização dos serviços, capacitações dos profissionais, expansão do atendimento oncológico, convocação dos novos servidores estatutários, aumento da cobertura das vacinas de rotina e ampliação da assistência.
Oncologia
O Hospital Regional Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, realizou a primeira captação múltipla de órgãos da Região de Saúde Litoral Leste/Jaguaribe. Também iniciou os atendimentos oncológicos e abriu o serviço de politrauma 24 horas.
