Trabalhadores da Saúde já podem receber a vacina contra a meningite C em todo o Ceará. A imunização já está disponível nos postos de saúde e segue até fevereiro de 2023. O objetivo évacinar 100% dos profissionais da área, incluindo os que atuam nos setores administrativos.
Trata-se de uma diretriz encaminhada pela Coordenação-geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) do Ministério da Saúde via comunicado, que recomenda a imunização do público citado contra o sorogrupo C, com esquema de uma dose, considerando a gravidade e a letalidade da doença. O documento contempla, ainda, crianças e adolescentes não vacinados até 10 anos de idade.
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) tem o compromisso de proteger a população cearense organizando, difundindo e estimulando as ações de promoção da saúde e a prevenção de doenças. “A vacina é a forma mais efetiva de proteger contra a meningite, que é tão grave, deixa muitas sequelas e pode levar à morte. Reforçamos com todos os profissionais que se vacinem”, diz a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Sarah Mendes D’Angelo.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2022, apenas 47% do público-alvo foram imunizados contra a doença. A baixa adesão tem contribuído para o surgimento de novos focos e os adultos geralmente são os responsáveis pela manutenção da circulação.
A décima morte pela enfermidade foi confirmada no último dia 4 de outubro, na cidade de São Paulo. Outros óbitos foram registrados nos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. No Ceará, conforme monitoramento da Sesa, este ano, foram confirmados quatro casos.
“É de extrema importância a vacinação de trabalhadores da Saúde, sejam de órgãos públicos ou do setor privado. Eles são a população de maior risco de infecção devido à exposição ocupacional”, destaca a orientadora da Célula de Imunização (Cemun) da Sesa, Ana Rita Cardoso.
Transmissão e sintomas da meningite
A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por vírus, bactéria, fungos e parasitas. A meningocócica é a mais grave, causada pela bactéria Neisseria meningitidis e sua evolução é rápida, podendo levar a óbito em até 24 horas.
Segundo informações da Célula de Vigilância Epidemiológica (Cevep) da Sesa, em 2022, foram notificados 373 casos dos diversos tipos de meningite, dos quais 208 foram confirmados de acordo com as tipificações da doença. A maioria dos infectados tem de 20 a 34 anos (32,5%), é do sexo masculino (64,4%) e reside em Fortaleza (56,5%). Os dados são de novembro deste ano.
Contagiosa, a enfermidade é contraída, principalmente, pelas vias respiratórias, por meio da tosse, espirro ou gotas de saliva. Os sintomas iniciais costumam ser febre, dor de cabeça, torcicolo, irritabilidade, perda de apetite, cansaço, náusea e vômito. A doença progride rápido e deixa pouco tempo para o tratamento. Por isso, o atendimento médico deve ser buscado imediatamente.
A meningite também pode deixar sequelas como perda de visão, audição prejudicada, dificuldade na fala e problemas de memória. A imunização é uma ferramenta eficaz para a prevenção e ela precisa estar em dia.