quinta-feira, 28 de novembro de 2024

‘Pantera Negra: Wakanda para Sempre’: é sobre luto e legado

Pantera Negra: Wakanda para Sempre estreou nesta quinta-feira (10) nos cinemas brasileiros com duas missões: manter o legado do falecido ator Chadwick Boseman e terminar a Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel (UCM) em um nível mais alto do que ela foi como um todo. Consegue cumprir ambas.

Os primeiros minutos de filme são dedicados à homenagem a Chadwick Boseman, mas é evidente que o luto dos personagens por T’Challa se mistura com o luto do próprio elenco pela perda do ator na vida real. A luta para superar a perda de uma pessoa querida sendo muito mais árdua do que qualquer batalha em campo.

Wakanda para Sempre é um filme estilo Eternos: sério, com piadas apenas pontuais. Não dava para ser diferente. O tempo do longa-metragem também se assemelha ao filme lançado há exatamente um ano: 2h40min. Necessário. Um filme de 2h seria pouco para fazer a homenagem a Boseman, retratar o luto nos personagens e ainda desenvolver a história satisfatoriamente.

O maior tempo de tela fica para Shuri (Letitia Wright), que tem um baita arco de desenvolvimento. O filme é dela. Ponto. E cabe a nós, espectadores, separarmos a Shuri de sua intérprete Letitia Wright, que se envolveu em polêmicas no auge da pandemia por ser antivacina e fez, inclusive, as gravações ficarem paralisadas.

Angela Bassett é um show a parte de atuação. A carga emocional que ela impõe em praticamente todas as suas cenas elevam o drama do filme a outro nível. Carrega grande parte do filme nas costas, para falar o português bem claro.

O mexicano Tenoch Huerta como Namor é mais uma prova de como a Marvel acerta em seus castings. Mais uma escolha que se mostrou acertada em um ator praticamente desconhecido e que provavelmente terá sua carreira alavancada pelo papel que faz muito bem, com todas as nuances do personagem, indo de pacifista para galanteador para vilão sanguinário e vingativo entre cada aparição dele em tela.

As cenas de luta estão muito boas, principalmente as de Danai Gurira como Okoye e as do Namor. E você não vai ver a maior reclamação em relação às últimas produções da Marvel: CGI está ótimo também.

É fato que a fase 4, principalmente em 2022, deixou muito a desejar, principalmente devido às últimas séries lançadas no Disney+, como Ms. Marvel e Mulher-Hulk, mas os filmes como um todo seguiram um padrão razoável de qualidade. Viúva Negra, Schang-Chi, Eternos, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e Thor: Amor e Trovão não são a oitava maravilha do mundo moderno, mas também não são filmes tão horrorosos assim. Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e agora Pantera Negra: Wakanda para Sempre se destacam como as duas melhores produções da Fase 4 do UCM, este último causando uma ótima impressão para produções mais sérias que virão pela frente, como a série Invasão Secreta, por exemplo. É preciso ter sempre em mente que nem todo filme terá a grandiosidade de Vingadores: Ultimato, e isso facilitaria muito as coisas.

Por fim, Pantera Negra: Wakanda para Sempre cumpre seu papel de tratar o luto pela perda e o legado deixado tanto por T’Challa quanto por Chadwick Boseman. É certamente o filme mais emocional que a Marvel já fez, e fez com maestria. Mais pontos para o diretor Ryan Coogler, que já havia feito um grande trabalho em Pantera Negra e que agora teve mais trabalho ainda em uma produção que teve muitas paralisações e mudanças de roteiro.

Prepare seu lenço e vá ao cinema. Esse filme vale o ingresso.

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