No interior do Ceará, uma barragem de açude rompeu, resultando em casas e comércios invadidos pela água em Farias Brito, no último domingo (9). Muitas residências foram completamente alagadas e destruídas, enquanto os comércios também sofreram prejuízos. Infelizmente, diversas pessoas acabaram perdendo todos os seus pertences em meio ao alagamento.
De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o número de reservatórios com capacidade máxima no Ceará em abril deste ano é o dobro do registrado no mesmo período de 2022. Atualmente, o estado possui mais de 60 açudes que estão sangrando, 12 açudes com volume acima de 90% e 37 açudes com menos de 30% da capacidade.
Em 2022, o Ceará tinha somente 26 reservatórios sangrando. O ano de 2011 foi o último ano que esta marca foi atingida e superada. Naquele ano, 67 açudes sangraram, dentre os 135 que eram monitorados. A única vez que este valor foi superado nesta data foi em 2004.
De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), atualmente, a reserva de água no Ceará é de 8,61 bilhões de metros cúbicos, o que representa 46% da capacidade total dos reservatórios do estado. Esse é o maior volume armazenado desde janeiro de 2013. No início deste ano, a reserva estava em 31,4%.
As regiões do Acaraú, Coreaú, Litoral, Metropolitana e Baixo Jaguaribe estão em situação “muito confortável”, com volumes de água acima de 70%. Enquanto isso, as regiões do Salgado, Serra da Ibiapaba e Alto Jaguaribe estão na zona “confortável”, com mais de 50% das reservas de água armazenadas.
Os três maiores açudes cearenses (Castanhão, Orós e Banabuiú), seguem com bons aportes, atingindo os maiores níveis dos últimos anos. O Açude Orós, por exemplo, chegou a 4,7% no começo de 2020 e, agora, já se encontra com 58,40%, melhor número desde março de 2013.
O Açude Banabuiú chegou a estar praticamente seco entre 2015 e 2018, no auge da seca, e hoje possui 33,05%, marca vista pela última vez em outubro de 2013. A reserva mais que triplicou em menos de um mês em 2023. Já o gigante Castanhão estava com 2,1% em 2018, mas continua recuperando volume, que agora bate 28,66%, maior percentual desde dezembro de 2014.
Por Juliete Fechine com supervisão de Pedro Paulo Vieira
Com informaçoes do G1