No ano de 2021, um total de 2.979 bebês menores de um ano foram hospitalizados por desnutrição no Brasil –, o maior número absoluto dos últimos 13 anos. A pior taxa foi registrada no Nordeste, que apresentou no ano passado um índice 51% acima do nacional. O levantamento foi realizado pelo Observa Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O balanço considerou os registros feitos no Sistema Único de Saúde (SUS). Só em 2021, o País teve o equivalente a uma média de oito internações desse porte por dia. Na região Nordeste, no mesmo período foram informadas 171 hospitalizações de bebês menores de um ano para cada 100 mil nascidos vivos –, número mais alto em comparação as demais regiões brasileiras.
Ainda segundo levantamento, o índice vem subindo no País. Em 2022, até o dia 30 de agosto a rede pública de saúde já registrava 2.115 internações de bebês nessa faixa etária por desnutrição. Ou seja, a taxa média de hospitalizações diárias desse período foi 8,7, um crescimento de 7% em comparação ao ano passado.
Órgão também fez uma análise dos casos de internações em que há registro de raça/cor e identificou que, entre janeiro de 2018 e agosto de 2022, duas de cada três hospitalizações por desnutrição foram de bebês negros.
No comparativo entre 2018 e 2021, foi percebido ainda que o País registrou 13.202 hospitalizações por desnutrição entre menores de um ano. Destas, 5.246 foram de bebês pretos e pardos, “mas falta informação sobre raça/cor em um de cada três registros”.
Taxa de hospitalização vem subindo
Conforme levantamento, a taxa de hospitalização por desnutrição entre bebês menores de um ano vem subindo no Brasil desde 2016. Só entre 2011 e 2021 o índice subiu 51%.
“A tendência é diferente da observada no número de mortes e na taxa de mortalidade pela mesma causa nessa faixa etária, que registra queda constante desde 2009 e chegou à menor marca em 2020, último ano com dados consolidados”, aponta pesquisa.
O balanço mostra ainda que a região Sul foi a única que registrou queda na taxa de hospitalização por desnutrição em menores de um ano entre 2020 e 2021. Já o maior aumento do índice, dentro do mesmo período de tempo analisado, foi registrado na região Centro-Oeste, de 30%.