O UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte, por meio dos cursos de Terapia Ocupacional e Psicologia, inaugurou uma sala de acolhimento para crianças enquanto suas mães assistem às aulas na Instituição de Ensino Superior (IES). O projeto, intitulado “Mães que Não Desistem”, foi lançado em novembro, no Campus São Miguel.
A ideia surgiu da observação atenta da coordenadora do curso de Terapia Ocupacional da UNINASSAU Juazeiro do Norte, Paula Dias, ao perceber que a presença de uma criança em sala havia causado evasão em uma turma. A realidade de mães que precisam levar os filhos para a universidade é um desafio nacional, especialmente em aulas noturnas.
Dados do último Censo da Educação Superior (MEC/Inep) revelam uma taxa de desistência alarmante de 59% no período de 2014-2023. Outro dado, apresentado pelo Parent in Science, releva que, entre as mães, essa dificuldade é ainda mais acentuada: 81% relatam um impacto significativo da maternidade nos estudos.
Proporcionar ambientes de acolhimento faz parte dos pilares de Responsabilidade Social do grupo Ser Educacional, mantenedor da UNINASSAU. De acordo com Paula, a proposta do projeto era dispor de uma brinquedoteca para que os filhos pudessem se distrair enquanto as mães estavam em aula. No entanto, observou que algumas crianças necessitavam de um cuidado mais especializado por possuírem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O projeto fez tanto sucesso que se tornou uma referência no suporte a famílias para continuarem os estudos.
“Uma mãe que vem se matricular fica em dúvida com quem pode deixar a criança. Aqui, proporcionamos esse apoio”, afirma a coordenadora.
O “Mães que Não Desistem” conta com o apoio da Liga Acadêmica de Saúde Mental e Psicopatologia (LASMP) e de voluntários dos demais cursos presenciais e EAD da Instituição de Ensino Superior (IES). Além de servir como campo de estágio, por meio do projeto, os alunos desenvolvem atividades que estimulam habilidades psicomotoras e socioeducacionais nas crianças. Todos os materiais e recursos disponíveis foram obtidos por meio de doações de alunos e professores em uma campanha coordenada pela LASMP.
Isso demonstra a importância das IES, sejam elas públicas ou privadas, de proporcionarem mudanças para incentivar o estudo para mulheres que são mães. De acordo com Paula, a ideia é que o projeto continue crescendo. “Essa iniciativa é muito legal porque muitas pessoas querem uma graduação e não tem com quem deixar os filhos. É importante ser o apoio de alguém que não tem. Além disso, estamos ajudando na construção de um sonho”, afirma Paula.