Com a temporada de festas se aproximando, artesãos e microempreendedores encontram-se diante de desafios significativos ao tentar conquistar espaço em um mercado saturado e muitas vezes desfavorável. A dificuldade em atrair novos clientes e competir com produtos mais comerciais é uma realidade enfrentada por muitos desses profissionais.
Para Karine Benjamim, artesã de jóias e microempreendedora, a questão central reside na falta de espaço para aqueles que ainda não estabeleceram uma clientela consolidada. “Eu acho que só há espaço para quem já tem clientela, e essa é uma parte bem difícil. Muitas pessoas não consideram adquirir e comprar presentes vindos de artesãos, porque acreditam que nessa época do ano só se presenteia com algo que pareça caro”, comenta Karine.
A artesã destaca a preferência por produtos de marca durante as festas de fim de ano, o que muitas vezes deixa os produtos artesanais em segundo plano. Karine aponta que, apesar da qualidade e autenticidade de seus trabalhos, a resistência dos consumidores em optar por presentes artesanais é uma barreira significativa.
“E aí as pessoas não consideram que existem outros trabalhos que podem agradar, por mais que pareçam ser mais simples, que ainda podem ser de qualidade também. Acho que esse é o maior problema. Nós, artesãos, basicamente, nesse período do ano, só nos sustentamos porque temos encomendas de pessoas que já admiram nosso trabalho e que consideram ele”, ressalta Karine.
A fala de Karine Benjamim reflete a realidade de muitos artesãos e microempreendedores, que dependem da lealdade de clientes existentes e da admiração por seus produtos para garantir a sustentabilidade durante as festas de fim de ano. Enquanto enfrentam desafios, esses profissionais continuam a buscar formas inovadoras de conquistar novos públicos e destacar a singularidade de seus trabalhos em meio à temporada festiva.
*Por Bianca Duarte, com supervisão de Pedro Paulo Vieira
