A aromaterapia é uma prática holística que utiliza óleos essenciais naturais para promover o bem-estar físico e emocional. Uma de suas principais vantagens é a capacidade de aliviar o estresse e promover o relaxamento profundo. Através da inalação de aromas suaves, como lavanda ou camomila, pode-se reduzir a ansiedade, melhorar a qualidade do sono e proporcionar uma sensação de calma.
De acordo com o médico especialista em psiquiatria e fitoterapia, Guilherme Oberlaender, precursor do aromaterapia clínica no Brasil, essa é uma prática que remonta a antiguidade e que encontra solo fértil no Brasil pela grande variedade de espécies de plantas que podem ser utilizadas com esse objetivo. “Desde a antiguidade a humanidade sempre utilizou as chamadas plantas aromáticas. Quem não conhece um chá de hortelã, uma folha de eucalipto ou um chá de alecrim? Pois bem, o Brasil é um dos lugares onde essa riqueza é a mais abundante na face da terra e essas plantas têm uma capacidade aromaterapêutica, um aroma, um cheirinho”.
O médico afirma ainda que a redescoberta do poder dessas plantas aromáticas e os seus efeitos importantes no organismo têm proporcionado várias aplicações no dia a dia e isso tem encontrado respaldo em vários trabalhos científicos. “A aromaterapia é um resgate dessa tradição ancestral milenar, que nós estamos trazendo de volta, agora, com um viés mais dentro de um conceito científico.”
No aspecto físico, a aromaterapia oferece diversos benefícios. Muitos óleos essenciais possuem propriedades anti-inflamatórias, antissépticas e analgésicas, tornando-os úteis para o alívio de dores musculares, dores de cabeça ou ainda problemas de pele, entre outras aplicações. Um exemplo disso, são os óleos de eucalipto que podem desobstruir as vias respiratórias e auxiliar na respiração, especialmente durante resfriados e alergias. Um dos óleos mais populares, o de hortelã pimenta, possui propriedades que o tornam um excelente digestivo.
Oberlaender explica que esse “cheirinho exalado pelos óleos é, na verdade, um composto de uma série de substâncias químicas que produzem efeitos que conseguem trabalhar no corpo humano”.
De forma mais abrangente, esses óleos são utilizados através da inalação, com a aplicação de uma gota nas mãos, que podem ser esfregadas logo a seguir, ou em difusores que servem para ampliar a propagação da essência pelo ambiente.
Aromaterapia e a Saúde Mental
A Aromaterapia não só proporciona o bem-estar do corpo, mas também pode contribuir para a melhoria da saúde emocional a longo prazo. Utilizada em rituais de autocuidado e com a incorporação de aromas positivos no dia a dia, auxilia a equilibrar as emoções e a promover uma sensação geral de harmonia mental.
O médico Guilherme Oberlaender que além de psiquiatra, trabalha com a “medicina integrativa” – que combina tratamentos convencionais com terapias complementares e alternativas, ressalta que os óleos essenciais podem ser utilizados, inclusive para tratamentos complementares de transtornos, como por exemplo, o Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade, conhecido pela sigla TDAH. “Quando a gente associa, por exemplo, o óleo essencial, pode-se até diminuir a dose do remédio, já que eu estou com um outro medicamento, que é um óleo essencial compensando e interagindo. Nós chamamos de sinergia, que é um somatório de efeitos. E sim, existem óleos com muito bons resultados quanto a isso.”
Apesar de não exigir prescrição médica através de receituário, os óleos essenciais devem ser utilizados de forma cuidadosa, de preferência, seguindo orientações de pessoas realmente capacitadas na aplicação do produto. Oberlander ressalta que, na internet, existem muitos “curiosos” que ficam inventando aplicações para os óleos essenciais sem possuírem, na verdade, conhecimento reais, teóricos ou práticos e que, mesmo sendo um produto natural, sua aplicação de forma não adequada pode apenas não surtir o efeito desejado, como ainda causar algum efeito colateral indesejado no paciente. “Há pessoas na internet recomendando 20 ou 30 gotas de óleo de hortelã pimenta diluído em 400 ml de água quente para ser ingerido na forma de chá, o que é um absurdo, pois o correto é apenas 1 uma gota de um óleo de boa qualidade. Um óleo essencial de boa qualidade e bem administrado é muito difícil de dar um efeito colateral”, frisou Oberlaender.
Na região do Cariri, a aromaterapia tem ganhado a adesão de terapeutas que costumam conciliar a prática do autocuidado com essa técnica, aliando com tratamentos médicos prescritos, conseguindo resultados positivos. Esse é o caso de Cristina Melo, aromaterapeuta formada por Guilherme Oberlaender que encontrou nos óleos essenciais uma oportunidade de autocuidado e de contribuir com pessoas. “Eu encontrei a oportunidade de trabalhar com os óleos essenciais. Isso me abriu um verdadeiro leque de autoconhecimento, de poder desfrutar dos benefícios que a aromaterapia traz, e também auxiliar pessoas. Os óleos essenciais são verdadeiras ferramentas para o auxiliar no bem-estar, tanto na parte emocional como, na física”, comenta Cristina.