quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Hipertensão arterial: boa alimentação e prática constante de atividades físicas previnem e controlam a doença

Conforme relatório do Ministério da Saúde (MS), o número de brasileiros adultos com diagnóstico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos. Os índices saíram de 22,6%, em 2006, para 26,3%, em 2021. O documento mostra, ainda, um crescimento na prevalência do indicador entre pessoas com sexo biológico masculino, variando 5,9% para mais. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do órgão federal, de 2010 a 2020, foram registradas 551.262 mortes por doenças hipertensivas.

Para Gustavo Araripe, médico cardiologista atuante no Hospital Regional do Vale do Jaguaribe (HRVJ), cerca de 30% da população apresentam sintomas e não têm diagnóstico correto. “É uma doença sem cura, mas há tratamento para o controle dos níveis compressores, evitando complicações como infarto, insuficiência cardíaca ou problemas renais crônica”, afirma.

Luma Campos é enfermeira especialista em Cardiologia e Hemodinâmica. A profissional ressalta, no entanto, que a hipertensão arterial sistêmica (HAS), na maioria dos casos, não há manifestações aparentes, configurando-se como uma patologia silenciosa.

Vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o HRVJ é referência na realização de cateterismos e angioplastias, e no atendimento ambulatorial na região Litoral Leste/Jaguaribe.

Fator de risco

Gustavo Araripe destaca que a hipertensão é um fator de risco para infarto e angina – dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração.

Muitos dos pacientes atendidos na unidade para fazer cateterismo eletivo ou de urgência, ele informa, chegam com pressão alta.

“É feito atendimento ambulatorial não só para pacientes coronariopatas, mas também para aqueles hipertensos regulados pela rede municipal de Saúde da região”, diz o médico.

A hipertensão pode ser hereditária, desenvolvendo-se em pessoas com idade mais avançada. Jovens podem apresentar quadros hipertensos diante de maus hábitos alimentares, de sedentarismo e do uso abusivo de álcool e outras drogas.

Prática de atividade física

Segundo a educadora física Thamirys Freitas, a prática regular de exercícios físicos é fundamental para o controle da hipertensão arterial.

As atividades são aliadas no tratamento farmacológico. Em um curto período de tempo, os exercícios físicos são capazes de baixar níveis da pressão sistólica e diastólica (maior e menor valores durante a aferição), auxiliando na diminuição da medicação e de suas doses, e prevenindo contra doenças cardiovasculares.

Para que os benefícios sejam alcançados, as novas recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte indicam que a prática seja realizada diariamente ou três vezes por semana, com intensidade moderada, de 20 a 30 minutos diários ou 190 minutos semanais. A modalidade é de preferência de cada indivíduo, devendo ser priorizados exercícios aeróbicos ou de resistência.

Alimentação saudável
Nutricionista da Clínica Cirúrgica do HRVJ, Priscilla Caldas destaca que diretrizes nacionais e internacionais sinalizam a importância das dieta do Mediterrâneo (maior consumo de gorduras) e da Dash (ingestão reduzida de gorduras) como padrões alimentares associados à diminuição do risco cardiovascular (cardioprotetores).

Na primeira dieta, há consumo elevado de frutas, vegetais, nozes, cereais integrais, azeite de oliva e peixes, além de ingestão moderada de frango e laticínios, carne vermelha e embutidos.

Já na segunda, a prioridade são alimentos fontes de magnésio e potássio como as frutas, verduras e legumes. A dieta Dash também contempla leite e derivados desnatados.

“Como ponto comum, esses padrões alimentares enfatizam a importância da adequação calórica, da inclusão de grãos, frutas e hortaliças, e da redução de açúcares, gordura saturada e sódio. Uma medida simples para diminuir o consumo de sal é evitar temperos prontos com grande quantidade de sódio e aderir ao sal de ervas (sal em menor proporção + ervas aromáticas) juntamente com temperos naturais como alho e cebola nas preparações”, detalha Caldas.

Uma alimentação saudável e cardioprotetora, portanto, consiste em preferir alimentos in natura ou minimamente processados aos ultraprocessados, ricos em aditivos químicos como os conservantes, estabilizantes e corantes, além de gordura vegetal hidrogenada, açúcar e sal.

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