Cuidar da alimentação é imprescindível para a saúde. No ambiente hospitalar, o nutricionista clínico é responsável por prescrever a conduta nutricional a partir da prescrição médica, que indica a via e a consistência da alimentação. Este profissional, então, ajusta a terapia com as informações obtidas na avaliação prévia.
De acordo com Adriano Silva, gerente de Nutrição do Hospital Regional do Vale do Jaguaribe (HRVJ), vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), no ambiente hospitalar, uma alimentação adequada e segura é essencial, e deve ser iniciada precocemente, a fim de garantir a manutenção e a recuperação do estado nutricional do paciente.
A desnutrição contribui para desfechos clínicos negativos, maior tempo de internação e aumento nos custos com o tratamento.
Dietas hospitalares
A alimentação hospitalar apresenta características específicas, podendo ser realizada por via oral (pela boca), enteral (por sonda) e parenteral (acesso na veia). “A primeira deve ser utilizada quando o trato gastrointestinal está funcionando, sem oferecer risco de aspiração de comidas e líquidos para os pulmões. Nela, as dietas podem ser classificadas como ‘geral/livre’, ‘branda/leve’, ‘pastosa’ e ‘líquida’”, explica Silva.
Pela via oral, ainda, alguns alimentos e nutrientes apresentam restrição. Outros devem ser evitados para não afetar a digestão e a absorção.
Já a dieta via enteral é recomendada quando a ingestão pela boca não é possível, seja por apresentar riscos ou por ser insuficiente para garantir a manutenção ou a recuperação do estado de saúde. Neste caso, a consistência dos alimentos deve ser líquida, sem resíduos, para que não haja obstrução da sonda.
Diante de obstrução das vias oral e enteral, ou por necessidade de repouso gastrintestinal, a dieta parenteral é a mais indicada, sendo administrada de maneira isolada ou complementar às demais. Nesta situação, o paciente deve ter condições hemodinâmicas apropriadas para que haja a oferta de nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo.
Divisão nutricional e suplementação
Em todas as vias, destaca Silva, estão presentes nutrientes importantes para o funcionamento de órgãos e sistemas.
A alimentação hospitalar segue os mesmos pilares de uma alimentação saudável, pois deve ser em quantidade suficiente, possuir qualidade nutricional satisfatória, estabelecer harmonia entre os nutrientes e estar adequada a cada indivíduo.
Há distribuição de carboidratos (pães, biscoitos, cereais, frutas, arroz, macarrão, feijão e batatas); proteínas (carne, frango, peixe, ovos e leite); gorduras (ovo, leite, carne e azeite de oliva, por exemplo); fibras alimentares (vegetais e cereais); vitaminas e minerais; além de dietas especializadas, para uso em vias alternativas, e rica em nutrientes para atender às necessidades de diversas patologias.
Em alguns casos, é necessária uma alimentação suplementar, de forma isolada ou combinada, com fins terapêuticos específicos. Processados e ultraprocessados devem ser evitados em qualquer ocasião.