O verão chegou, mas no Ceará o sol acaba dividindo espaço com a chuva. As mudanças de temperaturas, baixa umidade do ar, maior concentração de poluentes e mudanças bruscas no clima, favorecem a proliferação de doenças respiratórias.
O resultado da mudança climática pode ser sentido nos consultórios médicos, em especial nos de otorrinolaringologia. “Devido ao clima mais frio e seco, que atuam como fatores irritativos da mucosa nasal, o número de pacientes com sintomas de rinite e sinusite disparam. O tempo seco desidrata a mucosa, desencadeando um processo inflamatório, que pode virar uma rinossinusite”, destaca a médica otorrinolaringologista Dr ª Natália Couto.
Tanto crianças como adultos estão vulneráveis a iniciar alguma das ‘’ites’’ durante o esse período, entre elas a rinite e a sinusite. Embora parecidas, é importante ficar atento aos sintomas para buscar o tratamento mais adequado.
O que é a rinite?
Rinite é uma doença inflamatória das mucosas do nariz. Pode ser alérgica ou não alérgica, e é caracterizada por alguns dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorreia (presença de secreção e corrimento nasal), espirros, prurido nasal e hiposmia (diminuição do olfato).
A rinite alérgica tem características hereditárias, mas mesmo que nenhum dos pais apresente o distúrbio, ele pode se manifestar.
O que é a sinusite?
Segundo a Dr.ª Natália, a sinusite pode ser aguda ou crônica. “A sinusite aguda geralmente decorre de um processo inflamatório iniciado no nariz, e pode durar até 12 semanas, com desaparecimento completo após o tratamento. Ao ultrapassar este período, já é considerada sinusite crônica”, conta.
A especialista acrescenta que a sinusite crônica pode apresentar um subtipo chamado de Polipose Nasossinusal. “Neste caso, a mucosa nasal e dos seios da face têm predisposição para a formação de pólipos. Esses obstruem os óstios de drenagem dos seios nasais, favorecendo o acúmulo de secreções e infecção bacteriana”, afirma Dra Natália.
Rinossinusite
Rinossinusite é todo processo inflamatório da mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais. Essa resposta inflamatória representa uma reação a um agente físico, químico ou biológico (bacteriano, fúngico ou viral), ou também pode ser decorrente de mecanismos alérgicos.
Como agir ao identificar um dos sintomas?
Apesar de muito parecidos, cada um dos casos possui tratamento específico. Por isso, ao perceber alguns dos sintomas, o primeiro passo é procurar um médico otorrinolaringologista, alergista ou imunologista.
Drª Natália Couto destaca ainda a importância dos riscos em fazer uso de medicações por conta própria. “Cada caso precisa ser analisado de forma personalizada. Infelizmente, muitas vezes as pessoas acabam fazendo uso da automedicação que além de não resolver, pode agravar a situação. Em casos extremos, o excesso do uso das gotinhas ( vasoconstritores) pode gerar alterações cardiovasculares e até impotência sexual em homens”, finaliza Drª Natália.